terça-feira, 25 de agosto de 2009

Raimundos Curiosidades



Influências


Entre as bandas que influenciaram o som do Raimundos, entram em destaque os grupos Ramones e Dead Kennedys.



Torcida


Na banda, os rubro-negros estão em vantagem. Enquanto Rodolfo, Digão e Canisso são flamenguistas, apenas Fred, contrariando os outros, é vascaíno. Mas Rodox deixa claro que também é torcedor do Gama de Brasília.



Não pode faltar no camarim


Exigências feitas pela banda para o camarim no festival


Philips Monsters Of Rock 96:


- 36 Toddynhos;

- Cadeiras e sofás para 22 pessoas;

- Enorme quantidade de Gatorade sabor Tangerina.



Kelly Slater


Um dos fãs mais ilustres da banda é ninguém menos que o campeão mundial de surf Kelly Slater. Segundo Canisso, "um amigo nosso conheceu ele e mostrou o disco "Lavô tá Novo" e ele adorou".



Mais fãs ilustres?


Será que eles esperavam por isso? Primeiro, a banda Sepultura andou dizendo que gostaria de contar com a abertura do Raimundos nas suas apresentações no Brasil, ocorridas em 11/96. Depois, ao final do festival Monsters Of Rock, o vocalista do Iron Maiden, Blaze Bailey, retornou à Inglaterra levando um cd do grupo na Bagagem. "Desde que cheguei aqui ouço falar deles, já pedi para me arranjarem o disco", revelou o vocalista.



Nomes do segundo disco


Alguns nomes sugeridos para o segundo disco:


"Beleza!!", "Lavô Tá Limpo!", "Agora Vocês Vão Ver" e "Dedo Amarelo". O último, idéia do Rodolfo, ninguém gostou. "Ia ser um dedão com uma cara de chapado desenhada e o amarelo da resina como cabelinho" explica.


Nasceu I Saw You Saying


O segundo CD da extinta banda brasiliense Little Quail And The Mad Birds ("A Primeira Vez que Você me Beijou") inclui a música "Vencemos", feita por Gabriel (vocalista) e Rodolfo. Segundo Gabriel, "quando o Rodolfo veio pra São Paulo, mesmo já sendo famoso, não quis ir para um hotel e foi para minha casa. Uma noite, estávamos à toa e fizemos essa música". Naquela noite também nasceu "I Saw You Saying", música incluída no segundo álbum do Raimundos. "Gravamos as duas músicas em um gravadorzinho portátil só com as nossas guitarras, sem amplificador nem nada", recorda-se Gabriel.


Guiminha (Guilherme Bonolo)

Alguns fãs mais atentos, podem achar estranha a inclusão do nome do técnico de som Guiminha na parte de backing vocals, nas faixas "ao vivo" contidas no cd "Cesta Básica". Isso mesmo, Guiminha realmente participa de algumas músicas, através de um microfone localizado na sua própria mesa de som. Além dos backing vocals, ele também é o responsável pelos metais na música "Opa, Peraí Caceta!", utilizando um teclado para obter os sons.


Moicano

O Rodolfo cortou o cabelo no estilo "moicano", mas parece que ele não gostou muito e tirou alguns meses depois. Clique aqui para ver a foto.


O que é Só no Forevis?

O nome "Só no Forevis" (mais conhecido como bunda) é uma homenagem para o eterno "trapalhão" Mussum, pois ele ficou marcado por essas expressões com IS no final. Digão revela que quando criança era fã dos trapalhões.


Coleção do Mestre

O "mestre" Canisso é louco por coleção, ele tem coleções de:

Carros miniaturas, bonecos, tipo X-Men, Spider-Man, entre outros.
Jogos para computador e video-game.
Baixos.

Confusão

Em 99, antes do lançamento do cd Só no Forevis, o guitarrista Digão se meteu em uma confusão no condomínio onde mora. A versão do Digão seria que uma tal de Morena tivesse atropelado a Melissa (mulher do Digão) e fugido posteriormente. Então ele foi atrás dela e a Morena o atropelou também. O caso foi parar na delegacia.


Antes da fama

O Digão, antes de ser um raimundo, era motorista de caminhão e o Rodox já trabalhou como ajudante de um hospital.


Tatoos

O Rodox tem 20 tatuagens em todo o corpo.


Acústico

Em Agosto de 99 o Raimundos fez um acústico, chamado de "balada", na MTV. E nesse programa ficou claro a maior influência musical deles, pois eles tocaram 3 músicas do Ramones.


"Aquela"

Para quem não sabe a música Aquela, é uma cover. A música original é de uma das melhores bandas que já teve no Brasil (é uma pena que essa banda já acabou), Little Quail and the Mad Birds. E em alguns shows o Gabriel (ex-Little Quail, atualmente Autoramas) canta essa música junto com o Rodolfo.


Mosh

Na primeira e única vez em que o Fred resolveu dar um mosh (pular do palco pra platéia), na abertura de um show dos Titãs em São Paulo (94), caiu e bateu com a cabeça no chão, o que ocasionou um coágulo no cérebro.

Motos

Uma das paixões do Digão são as motos. Ele atualmente tem uma Yamaha V-Max, personalizada. O Digão e o Canisso sempre estão com alguma camiseta sobre motos.


Reportagem

Fred se chateava quando certas reportagens citavam que todos na banda fumavam maconha, pois o Fred diz que não usa drogas.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Metal Head - Ano III nº 22 - Fevereiro de 1998


Raimundos - Porrada sonora!

O grupo de Brasilia chega ao quarto disco provando que ainda tem muita lenha para queimar. Confira tudo nas palavras do baterista Fred!

Como vcs chegaram ao título Lapadas do Povo?
Fred: Era uma coisa assim, que a gente sentiu que o som deste disco estava mais coeso, quem escutasse faixa a faixa iria receber uma lapada bem no meio do ouvido, na cara mesmo. E Lapadas para povo porque a gente vendeu muito disco, era para o povão mesmo, para a galera que compra o nosso disco.

Esse é o quarto disco?
Fred: Seria o quarto considerado em discografia da banda, mas na verdade ele é considerado como o terceiro de carreira. O Cesta Basica foi um projeto. Não foi um cd de carreira. Foi um projeto que a gente fez tudo aquilo que a gente queria, sem compromisso com nada, Ter que fazer música. Queríamos gravar umas coisas que a gente gostava de tocar, de outras pessoas, registrar uma coisa muito legal, que foi o Holywood Rock para a gente.

Mas o Cesta Básica vendeu bastante?
Fred: Ele acabou vendendo como um disco de carreira. Acho que deve estar na casa de duzentos e poucos mil.

Isso é bastante em termos de Brasil.
Fred: Mas a caixa foi limitada. A principio só iria vender 20 mil cópias, e acabou. Só que a gente não tem só 20 mil fãs. Então lançamos produtos separados, porque a caixa seria para quem tivesse condição, ou aquele fã mais louco que vai ter o negócio e falar "pô, eu sou fã mesmo, eu tenho a caixa". Mas ao mesmo tempo a gente colocou os produtos separados para vender separado, para quem quando tiver grana vai lá e compra. Agora, a verdade de início a gente não teve essa visão. É muito egoísmo nosso lançar só para 20 mil fãs. Então nós lançamos 20 mil caixas mas os produtos você encontra separado.

Como a banda está encarando o sucesso hoje?
Fred: A gente encara numa boa, não pensamos muito nisso, não. Nós somos um bom vendedor de disco, mas é estranho, só vivendo pra falar. Não muda nada. Tem gente que muda, mas não sei nem porque. Continua a mesma coisa.

Vocês já pararam pra pensar numa explicação porque vocês fazem tanto sucesso?
Fred: Não sei. Na época em que a gente apareceu tinha uma carencia muito grande de uma galera mais nova que de repente não viveu os anos 80, quando teve o primeiro boom do rock nacional, e tinha uma carência de alguma coisa nova para seguir junto com as pessoas que vinham dos anos 80. Eu acho que a gente deu muita sorte na época de estar no lugar certo, fazendo a coisa certa, na hora certa, e a gente apareceu. Acho que é meio por aí.

Mas vocês já estão com 4 discos mantendo o sucesso.
Fred: A gente está mantendo e está legal. É bom manter.

Sim, mas me diz uma banda que tem 3 discos que são sucesso total.
Fred: Skank

Não, estou falando de rock pesado!
Fred: Aí você me pega... (risos). Mas o sucesso deles é muito legal, porque é legítimo anos 90. A gente precisava acompanhar, eu acho que os anos 90 estava devendo bandas para acompanhar as bandas dos anos 80, saindo do aspecto rock pesado. Agora esse rock pesado eu realmente não sei.

Porque o Raimundos continua pancadaria total.
Fred: Nós fazemos o que gostamos. Eu lembro quando trocamos de gravadora e as pessoas falavam, "xi, eles foram pra Warner, agora fodeu, os caras vão ficar fazendo musiquinhas para agradar". Só que aqui na Warner nunca teve isso. Até as músicas de sucesso que a gente fez, é porque tinham alguma coisa a ver com a gente. Tem esse lado brincalhão mesmo, desde o primeiro disco, numa gravadora independente.

É, dá para você perceber que não é uma coisa assim comercial, feita pensando no sucesso. É do jeito que a música saiu.
Fred: Isso é muito legal. Nós nunca tivemos problemas com nada. A única coisa que o nosso diretor artístico pede é para que sejamos sempre Raimundos.

E com essa bagagem de estrada já tem um estilo Raimundos? Deixando as influências de lado, já tem alguma coisa própria?
Fred: Deve ter. Eu sou suspeito para falar porque estou dentro da banda. Quando estava voltando de Los Angeles, eu coloquei a fita do novo disco para uma molecada escutar no walkman e eles falaram: "Pô, é a cara de Raimundos". Eu acho que a gente tem uma coisa legal, por mais que uma música possa parecer com uma do Ramones, quando começa a cantar voce percebe que é Raimundos. A gente tem uma cara própria até quando tem as influências na música.

De repente vocês estão sendo até escolas para bandas que estão começando?
Fred: Tem muita banda que até fala isso. Eu recebo muita demo-tape que o pessoal fala geralmente que se espelhou na gente. E isso é legal, é uma coisa muito gratificante.

E como é fazer som pesado com letras sem censura e conseguir com que as músicas toquem nas rádios?
Fred: Eu não sei. Eu acho que a mentalidade mudou um pouco. Desde o cara que faz a programação da rádio, mudou um pouco. Hoje em dia é mais facil. Eu lembro que no primeiro disco da gente foi muito dificil. Emplacamos a musica Selim, que todo mundo fala que é comercial... A música pode ser comercial, mas a letra, nunca! Nós fomos perseguidos até pela polícia federal, em Santo Angelo, no Rio Grande do Sul. Acho que é porque a gente falou de ânus e vagina. Se a gente falasse boceta e cu, ninguém iria nos perseguir. Mas falamos o nome científico da coisa e deu merda. Por que estão perseguindo o Planet Hemp? Eles distribuem maconha nos shows? Não distribuem, eles estão lá cantando. Vai quem quer. São aquelas coisas que você não entende. E mesmo assim elas tocaram nas rádios. É muito louco se você for pensar nisso. Temos tudo aquilo para não tocar nas rádios mas mesmo assim toca. É ponto para quem faz esse tipo de som. O primeiro disco da gente foi dificil. Uma coisa que melhorou muito nossa música tocar em rádios foi quando o Mamonas Assassinas surgiu. Eles faziam quase a mesma coisa e conquistaram a criançada, então não tinha como não tocar. E outras bandas que de repente tem letras mais picantes também conseguiram tocar nas radios.

Eu me lembro que no primeiro disco vocês estavam dormindo em hotel pulguento e essas coisas. E como é que está hoje? Já está todo mundo com o boi na sombra?
Fred: A vida melhorou com certeza. Mas não está assim, não. Rico a gente ainda não ficou. Mas assim, eu tenho a minha vida, ainda não tenho apartamento próprio, ninguem no Raimundos tem apartamento proprio ainda. Mas tenho um carro que é novo, alugo um apartamento, moro num lugar legal. Mas nada que possa dar o luxo de falar "na hora que eu quiser parar de trabalhar e abrir um comércio", aí já me limita demais. Estou vivendo bem. Super bem só quando eu comprar o meu apartamento. Aí vou ter onde morrer, um lugar meu. É gratificante voce fazer o que gosta e conseguir sobreviver disso. Agradeço a Deus por isso.

O Raimundos é uma das poucas bandas de rock pesado que tem uma estrutura legal para shows.
Fred: O mercado de show é muito dificil. Se voce não tiver alguém por traz para maquinar essa parte, fica difícil. E desde o início nós tivemos pessoas que queriam nos ajudar. Até hoje, nossa agência está sempre correndo atrás. A gente é uma banda de estrada, muito do que a gente conquistou foi na estrada. Dava a cara a tapa. Fizemos uma turnê duas vezes no nordeste enquanto que tinha banda que não ia lá há cinco anos. Chegamos a ir de van de São Paulo até a Bahia, e ficar pingando, com o equipamento atrás, neguinho dormindo um escorado no outro, e depois fazer Fortaleza, Belem, de ônibus de linha, 24 horas de viagem, sem saber se chegando lá o show iria acontecer realmente. Acho que é por isso que conseguimos fazer uma turnê legal hoje em dia, porque a gente nunca ficou parado esperando as coisas acontecerem. É todo mundo novo, cheio de saúde, vai ficar sentado engordando? Apesar que eu estou engordando até na estrada, mas ficar sentado só engordando é fogo.

Vocês já tocaram com várias bandas internacionais. Já aconteceu de vocês serem fãs de uma banda e os caras deram uma de rock star?
Fred: Acho que rolou uma coisa com o pessoal do Suicidal. Um roadie chegou e pediu autógrafo em todos os CDs, e no meio tinha um CD pirata gravado na Itália, e o Mike Muir se recusou a autografar e foi até meio grosso. Deve ter sido só isso, mas não tiro a razão dele ter ficado puto. Um que eu pensei que fosse super antipático, e não é, é o vocalista do Smashing Pumpkins. O cara ficou batendo papo, e eu sempre pensei que fosse uma bicha, chatíssima. (risos)

Você vê algum tipo de futuro para as bandas brasileiras de metal?
Fred: Ficam dizendo que o metal morreu... O metal não morreu porra nenhuma. Agora, é um mercado difícil. A gente tem um costume muito estranho de som da época, do som da moda. Mas essas bandas sobrevivem. Uma banda que eu não entendo é o Dorsal Atlântica. É do caralho, acho que se der uma chance para o pessoal escutar, tudo muda.

Você tem saudades de Brasília?
Fred: Tenho, eu fui criado lá. Na minha época era muito legal, não sei como é hoje para uma criança ser criada lá. Eu fui criado largado, era assim com todo mundo da minha época. Tinha os prédios, a galera, ficava brincando o dia inteiro, e quando a mãe queria que subissemos, dava um grito da janela.

E você tem saudades dos shows undergrounds de lá?
Fred: Tenho. Tudo o que foi bom e é bom a gente lembra com carinho. Tudo foi válido, Brasília é uma cidade muito legal. Pena que a imagem que passa de Brasília é que lá só tem político ladrão, mas as pessoas esquecem que os políticos que vão roubar lá não são só de lá, eles vem do país inteiro roubar lá. Aí quem leva a culpa é quem mora lá. Vem político de todos os lados roubar lá, e todo brasiliense é político ladrão? A gente escutou isso a infância inteira.

E para finalizar qual seria a mensagem do Raimundos hoje?
Fred: O recado da gente é muito rock'n'roll, fazer o som e mostrar, matar a cobra e mostrar o pau. Eu quero ver cada vez mais a galera fazendo um som.


Metal Head - Ano III nº 22 - Fevereiro de 1998


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Internota 89 - 08/07/1999


Raimundos pagodeiros

Os Raimundos lançaram disco novo e incorporam o visual pagodeiro. É o jeito do grupo chamar a atenção para a podreira que rola na mídia, que classifica suas músicas como obscenas, enquanto abre espaço para tiazinhas e caras que "falam um monte de besteiras, passando mensagens deturpadas pra galera" explicou Rodolfo, vocalista da banda. Para ele, as rádios não tem parâmetros: criticam o trampo dos Raimundos porque eles são feios. Daí a brincadeira com o visual do pagode. "Eles são bem vestidos, bem cuidados, quase bonitos" manda Rodolfo. Já dá pra conferir tudo isso no novo álbum "Só no Forevis", começando pela capa. Prato cheio pra quem estava sentindo falta da zoeira do grupo.


Internota 89 - 08/07/1999


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Raimundos em 1990



Uma verdadeira pérola, vinda diretamenteo de 1990 (como está escrito na foto). Na esquerda, Rodolfo, ainda sem os dreads, na frente, sentado, está Cristiano Telles, autor de Selim, de braços cruzados está Digão (magro!!11), a mulher ao lado dele é a mulher do mestre Canisso (que está atrás, olhando para a esquerda). Atrás do casal da esquerda (de óculos e topete) está Zé Ovo, do Little Quail and the Mad Birds.


Clique duas vezes na foto para ve-la em tamanho original.


Capricho - Outubro de 1997


Pesados e divertidos!

Quando encontramos os Raimundos para saber do novo disco do grupo, "Lapadas do Povo", descobrimos que eles são bem mais calmos do que suas músicas. Digão, guitarra, Fred, bateria, Rodolfo, vocal e Canisso, baixo, estavam sem a menor pressa mas com muita fome. A grande discussão era se a baguete do metro seria de presunto ou só de queijo. Estômagos satisfeitos, eles disseram que as músicas do novo CD seguem o mesmo estilo dos outros discos, mas com muito mais barulho. Curiosidade: Rodolfo fala 248 palavras em um minuto na primeira música do CD.


Capricho - Outubro de 1997



segunda-feira, 10 de agosto de 2009

89 A Revista Rock - Ano 1 nº 4 - Julho de 98



Quem é o Telo e quem é a namorada dele?

Se você já ouviu a música "Pequena Raimunda", dos Raimundos, já deve ter se perguntado quem é Telo, cuja namorada, diz mais ou menos a letra, é um dragão bom de cauda. Ele é vocalista da banda de Brasília Não Pertence (que rola no programa A Vez do Brasil) e escreveu várias músicas para os Raimundos, como "Palhas do Coqueiro" e "Marujo", do primeiro disco, e "Ui, Ui, Ui", do "Lapadas do Povo". Telo explicou que há muito tempo as bandas de Brasília se reuniam pra fazer versões em português de sons do Dead Kennedys e Ramones, quando surgiu a "Pequena Raimunda", versão para o clássico ramônico Little Ramona. Telo acha que Rodolfo fez a frase só pra encaixar na música. O vocalista do Raimundos nega, dizendo que quis sacanear uma ex-namorada do amigo, uma legítima raimunda.


O Sexo Oral está no ar!

"A mulher pode ser independente, mas tem que continuar com aquela feminilidade, aquela coisa doce, porque se ela ficar marrenta, não dá." - Digão, guitarra dos Raimundos.

"É, eu adoro as mulheres e acho que elas estão certas só de serem mulheres e podem fazer o que quiserem, mesmo. Acho melhor até que façam, mas sem deixarem de ser mulher, sacou? Sempre sendo cheirosa, gostosa, isso é massa!" - Rodolfo, vocal dos Raimundos.


89 A Revista Rock - Ano 1 nº 4 - Julho de 98


sábado, 8 de agosto de 2009

Guia Folha Online - 07/08/09


Rodolfo Abrantes, 36, abandonou os Raimundos em 2001. Insatisfeito com sua vida nas drogas e com os rumos que a banda tomava, o ex-vocalista de um dos grupos de rock de maior sucesso no Brasil se tornou evangélico. Formou o Rodox em seguida e hoje cuida da carreira solo, dedicada inteiramente a Deus. Em virtude do show que realiza nesta sexta-feira (7), no Aramaçan, em Santo André, Rodolfo conversou com o Guia da Folha Online sobre essa fase que não é nova, mas um pouco desconhecida do público que o ouvia nas paradas de sucesso --a banda lançou seis discos e vendeu mais de 2,5 milhões de cópias.

Hoje, Rodolfo tem dois discos solo, lançados pelo selo da Bola de Neve Church, o Bola Music. Ao palco, ele sobe acompanhado dos melhores amigos, que têm a mesma proposta que ele, "levar a mensagem de Jesus para o mundo": Anderson Kuehne (bateria), Víctor Pradella (guitarra) e Guilherme Horn (baixo).

Com abertura da banda The Enter Project e com show do pastor Catalau, ex-vocalista da banda Golpe de Estado - também ícone do rock nacional nos anos 1990.

Folha - Depois que você se converteu, foi mais fácil parar com as drogas?
Rodolfo - Quando decidi viver de acordo com os mandamentos de Jesus, foi gerado em mim um desejo de mudar, de me livrar de hábitos e atitudes que me puxavam para trás. Aliada a esse desejo, existia a vontade de Deus de que eu me tornasse puro. Até que, num belo dia, no meio de um baseado, eu tive a certeza de que seria o último cigarro de maconha que eu colocaria na minha boca. Depois disso, nunca mais usei drogas.

Folha - Como é encontrar Deus? O que você sentiu na hora que te fez acreditar que tudo poderia mudar?
Rodolfo - Jesus disse que nos daria uma alegria completa, diferente da alegria que as coisas do mundo dão. Eu fui cheio dessa alegria e isso me deu esperanças e força pra fazer minha vida mudar.

Folha - Antes de se converter, você seguia alguma religião?
Rodolfo - Não, eu acreditava que Deus existia, mas nunca tinha O levado a sério.

Folha - O que te fazia infeliz nos Raimundos?
Rodolfo - As pessoas pensam que o Raimundos era tudo na minha vida, mas era só uma parte. Com certeza o que mais me incomodava era ter me tornado escravo de um personagem, do qual eu não conseguia me livrar. O tempo passa, as pessoas mudam e eu mudei. É muito desagradável ter que fingir ser uma coisa que você já não é mais, só para agradar os outros. Hoje, finalmente, eu sou livre.

Folha - Quando você deixou os Raimundos, o choque foi grande para os fãs, afinal vocês estavam no auge. Alguns deles chegaram a te procurar, a se comunicar com você?
Rodolfo - Volta e meia alguém me encontra na rua e toca no assunto, mais pra puxar conversa. Na boa, existem coisas muito mais importantes pra se preocupar do que o fato de um cara não querer mais estar onde ele estava.

Folha - Alguns de seus fãs da época do Raimundos ainda acompanham seu trabalho?
Rodolfo - Com certeza, pois sempre tem gente nas nossas apresentações que vem falar comigo dizendo que me acompanha desde o início.

Folha - Você, em algum momento, se arrependeu de ter saído da banda?
Rodolfo - Não, foi algo muito bem resolvido pra mim. E não voltaria por nenhum dinheiro neste mundo.

Folha - E o Rodox? Por que acabou?
Rodolfo - O Rodox acabou por falta de unidade. Eu queria ir pra um lado e a banda queria ir pra outro. Cada um foi pro seu. Musicalmente, eu acho o Rodox umas das bandas mais pesadas e corajosas que já apareceu por aí. Foi uma fase difícil pois as pessoas não entenderam o Rodox, mas a marca ficou.

Folha - Você se manteve fiel ao rock. Quais artistas são suas influências no rock?
Rodolfo - Na real, eu procuro ser fiel à Deus e ser livre para tocar o estilo que eu quiser. Minha maior influência é Jesus.

Folha - Você vive de música ainda ou tem outro trabalho paralelo?
Rodolfo - Financeiramente, da música, mas é Deus quem me sustenta.

Clube Atlético Aramaçan - r. São Pedro, 345, Vila América, Santo André, SP. Sex. (7): 20h. Ingr.: R$ 10 e 1 kg de alimento. Classificação etária: livre.


Guia Folha Online - 07/08/09




Lapadas, Pauleiras e Pedradas - 89 A Revista Rock - Ano 1 nº 1 - Dezembro de 97





Raimundos, a banda mais barulhenta das rádios brasileiras volta à cena com o quarto disco paulada. "Lapadas do Povo" chega arrebendando com hardcore do começo ao fim. Conheça as pauladas faixa a faixa.

Andar na Pedra
Peso metallico e letra que fala de caos e dos caminhos pedregosos que as pessoas (talvez a própria banda) às vezes percorrem. Rola direto e reto na programação da 89FM.

Véio, Manco e Gordo
Hardcore porreta. A letra intima a galera a levantar a bunda e se exercitar. Geração saúde na visão peculiar dos Raimundos. Faz você olhar pra aquela barriga de cerveja e pensar.

O Toco
Raimundos clássico. O tema é a cannabis - "se não faz mal, alivia a dor". Assédio de fãs e batidas policiais também fazem parte da letra, que, reza a lenda, surgiu de um sonho malucão do batera Fred.

Poquito Más (Healthy Food)
Flerte com o ska. Levada dançante e refrão grudento. Prima-irmã de "Palhas do Coqueiro" e "Opa! Peraí, Caceta". Séria candidata a hit.

Wipe Out
O título é emprestado de clássico dos Surfaris, porém o som tem pouco a ver com surf music. Lapada marítima nervosa, que revela mais uma paixão da banda: o surf.

CC de com Força
Pauleira curta, grossa e fedorenta. Bateria arrasa-quarteirão e letra exaltando a catinga (não confundir com "caatinga"). Cheiro de cabra, som de macho.

Crumis Ódamis
Mais hardcore na veia. Vocais em fast foward cantam, entre outras coisas, a vida na estrada: "Durmo mal, comendo bem, fazendo grana pelo mundo".

Bonita
Outra típica canção raimúndica. Baladinha rápida. Manemolência sacaninha acompanhada por punk rock altamente dançante.

Ui, Ui, Ui
Vinhetacore composta pelo chapa Telo, vocalista da primeira banda de Digão, Filhos de Menguele. Quarenta e sete segundos de pura escatologia.

Oliver's Army
Cover ramônica para a balada antimilitarista de Elvis Costello. Rodolfo se dá bem cantando em inglês.

Nariz de Doze
Raimundos encontram Arquivo X. A letra, bem sacada, fala da galera que sai pra caçar os marcianos "cabeça de abacate com os olhinhos de japonês" que aterrorizam a vizinhança. Cuidado, ET de Varginha.

Pequena Raimunda (Ramona)
Versão para clássico dos Ramones. A Ramona do original vira a velha conhecida Raimunda que "de quatro fica maravilhosa, na 3x4 é horrorosa". A composição é das antigas, circa 88.

Baile Funky
A melhor lapada do álbum. Letra vigorosa que expõe o novo lado "politizado" dos rapazes ("Ladrão que rouba mesmo é bem vestido"). Peso, suingue, crítica social. Rage Against The Machine gabiru.

Bass Hell (Bônus Crap)
Scratches, guitarras jazzy e barulheira infernal. A faixa final é uma mistureba do cão, totalmente atípica dentro do universo dos Raimundos. Um quase rap, quase instrumental. Agradável surpresa.




Acredite se Quiser

É possível prever o futuro através de cartas, búzios, números e outros instrumentos? Você bota uma fé nas adivinhações que rolam na TV nos finais de ano? Meio céticos, meio crédulos, escolhemos seis dentre as bandas nacionais que estão nos ouvidos da rapaziada e consultamos cinco dentre os mais conhecidos profissionais da adivinhação no país para saber o que 1998 reservará para o rock brasileiro.

Mãe Dinah - Vidência

"Já estes aqui", aponta para os Raimundos, "são unidos, mas muito acomodados; um deles gosta de deixar tudo para amanhã, eu acho que é este aqui (o baixista Canisso), que tem um jeitão bem tranquilo. Eles precisam acordar para fazer sucesso lá fora", aconselha.

Pai Celso de Oxalá - Búzios

Na seqüência, ele joga os búzios para os Raimundos e diz: "Sucesso eminente. Eles ganharão muito dinheiro fazendo turnês. Mas devem tomar cuidado, pois pode haver traição envolvendo dinheiro". E completa: "Um deles terá, caso já não tenha, um problema numa das pernas e outro deve prestar muita atenção em seus problemas amorosos".

Kléber Sincorá - Numerologia

"Existem duas tendências para quem lançou disco em 1997: o estouro ou nenhum sucesso, é 8 ou 80", afirma Kléber, ligado no CD dos Raimundos, "Lapadas do Povo". "Como eles já estão na plataforma do sucesso, é provável que eles continuem". Apesar de ser a banda mais antiga e aparentar mais estabilidade em relação ao mercado fonográfico, a numerologia acusa que os Raimundos "não são uma banda muito favorável". "O que pode favorecê-los é a experiência. Em 98 deve surgir algum tipo de música ou letra nova que estoure, mas não é uma coisa muito clara", afirma Kléber, tateando os meandros da numerologia. "Agora, a relação entre eles vai estar bem equilibrada", completa.

Eloísa Guimarães - I Ching

Da primeira banda até o Dr. Sin, dona Eloísa foi falando coisas que se encaixavam. Quando ela começa a falar dos Raimundos, a primeira coisa que ela faz é ligar a banda ao Catapulta, afirmando que ambas as bandas possuem características semelhantes. Tudo a ver. Os Raimundos também são detalhistas e os integrantes devem evitar discussões em torno disso. O ano de formação dos Raimundos é 1994. Pela análise do I Ching, a banda vive de altos e baixos. "Eles estão fazendo sucesso e, de repente, sem explicação, podem despencar", explica dona Eloísa. Mas, segundo ela, os Raimundos terão em 98 um ano de criação. "Alguém da banda terá mil idéias", conclui.

Madá George - Tarô

Com a música "Infeliz Natal", do CD "Cesta Básica", rolando de fundo, Madá George vira as cartas para os Raimundos e diz que eles deveriam estar melhor do que estão. "Alguma coisa atrapalhou", afirma, mostrando que Raimundos, no tarô, é 12, que significa estagnação. Conselho para o próximo ano: "Remodelar". "Eles não podem continuar fazendo a mesma coisa", diz ela. Abre mais uma carta e explica que vê uma "quebra" em 98. Mas conclui que isso significa quebrar as formas "antigas" e tocar, compor ou se relacionar e isso servirá para melhorar o trabalho da banda. "Em 98 os Raimundos farão menos sucesso do que outras bandas", termina, recolhendo as cartas.



89 A Revista Rock - Ano 1 nº 1 - Dezembro de 1997